segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Marchezan defende PEC 241

*Nota da redação: Logo após o encerramento do primeiro turno, a reportagem procurou a assessoria de ambos os candidatos para agendar entrevistas com o objetivo de questionar posições apresentadas até o momento na campanha, temas que ficaram à margem dos debates e propiciar a ambos a oportunidade de apresentar suas ideias aos leitores do Sul21. Porém, a assessoria do candidato só conseguiu disponibilizar alguns minutos para a entrevista acima de forma improvisada, após um encontro-debate na sede da Federasul, realizado na última quarta-feira (19), por um tempo de 5min30segundos e encerrada a pedido da própria assessoria do tucano, sem que todas as perguntas previstas tivessem sido feitas. 

Marchezan defende PEC 241
Luís Eduardo Gomes*
Para o deputado federal e candidato a prefeito Nelson Marchezan Jr. (PSDB), da coligação Para Frente Porto Alegre, a PEC 241, conhecida como a PEC do teto dos gastos – a qual votou favoravelmente na Câmara dos Deputados em 11 de outubro -, não implicará em diminuição dos repasses federais para áreas essenciais, como a saúde pública. Pelo contrário, na opinião do candidato, resultará em um aumento de recursos por, no mínimo, cinco anos. Em entrevista ao Sul21, Marchezan fala sobre o assunto e também a respeito de suas políticas para habitação e sobre o preço da passagem de ônibus na Capital. Confira a seguir a íntegra da conversa.
Sul21 – Deputado, Porto Alegre vive um problema grave na saúde. Em agosto, o prefeito Fortunati falou que há uma situação de “colapso”. Ao mesmo tempo, o governo federal promove a PEC 241, do teto dos gastos, e o senhor votou a favor. Não vai faltar dinheiro para a saúde nos próximos anos?
Nelson Marchezan Jr.: Você quer que eu, deputado federal ou prefeito, garanta que não vai faltar dinheiro para saúde. Explica melhor a pergunta. Esclarece melhor porque parece direcionada a pergunta.
Sul21 – Eu quero que o senhor explique como, dentro desse cenário de limitação dos gastos federais nos próximos anos…
Marchezan: Não há esse cenário para a saúde.

Marchezan:
 Há uma falta extraordinária em nível federal, estadual e municipal para a saúde. Isso é histórico e foi piorado com uma gestão corrupta, incompetente e irresponsável dos últimos 13 anos do governo federal. Agora vem uma PEC que altera o método e destina pelos próximos cinco anos um volume muito maior de mínimo para a saúde do que se nós mantivéssemos como está agora. A PEC vai aumentar os repasses e investimentos do governo federal para a saúde pelos próximos cinco anos, no mínimo, se comparado ao atual sistema de cálculo para a saúde.Sul21 – Não irá faltar recursos para a saúde, então?
Sul21 – O senhor pode garantir que não teremos, na sua gestão, problemas de financiamento da saúde gerados pela aprovação desse limite de gastos federais?
Marchezan: Eu quero reiterar que a PEC 241 vai aumentar. Agora, eu não posso garantir que não vão faltar recursos para a saúde. Nenhum prefeito, nenhum governador e nenhum presidente da República pode garantir, no momento, isso. A gente sabe que a economia do Brasil foi destruída, que as finanças públicas federais foram destruídas, que o último governador quebrou de vez as finanças do RS e, ao que se apresenta hoje, as finanças municipais também vão mal. Não há como se fazer uma promessa irresponsável como essa, mas eu tenho certeza absoluta que a qualidade da saúde para o paciente vai melhorar muito. Vamos acabar com a ficha, que é algo pré-histórico, e vamos dar muito mais transparência e agilidade ao atendimento. O foco da saúde pública em Porto Alegre será o resultado para quem depende, para quem precisa da saúde pública.
Sul21 – Deputado, a questão da habitação tem ficado de fora do debate desde o primeiro turno. Segundo levantamentos, nós podemos ter mais de 300 mil pessoas morando em áreas e situações irregulares na cidade. Qual será a sua política para a questão da moradia e para as famílias que estão hoje em situação irregular?
Marchezan: A gente precisa trabalhar esse tema com muita transparência. Precisamos fazer um censo disso. Fazer uma análise e um levantamento de quem está em área de risco, quem está em área de preservação, quem está em área privada, quem está em área pública, federal ou municipal, quem nós temos chances e podemos regularizar de uma forma imediata e quem nós temos que fazer um planejamento de médio e longo prazo e falar de forma absolutamente transparente com essas pessoas do que vai ser do futuro delas no próximo ano, em dois ou quatro anos.
Sul21 – A gente tem hoje as Áreas Especiais de Interesse Social (AEIS), que foram designadas para moradia, mas estão em disputa, seja com o poder público, seja com a iniciativa privada. O que o senhor pensa para essas áreas que estão em disputa atualmente?
porto alegre marchezan
Marchezan: Vou repetir, vou fazer um censo disso, um levantamento específico, e, com transparência, de acordo com o interesse público e a viabilidade jurídica, vamos dar a resposta para cada situação específica, porque são muitas situações diferenciadas, cada uma delas.

Marchezan:
 Na verdade, eu não disse que vou enfrentar, eu disse que vou atender ao interesse público e essa vai ser a baliza. O único interesse defendido dentro da estrutura pública de gestão, se nós ganharmos a eleição para os próximos quatro anos, será o interesse coletivo. O interesse de cada porto-alegrense. Sul21 – Deputado, o senhor fala com frequência em enfrentar os interesses de corporações e sindicatos. De que maneira o senhor vai fazer o enfrentamento a esses interesses?
Sul21 – Deputado, todos os anos nós temos, em fevereiro, o dissídio dos rodoviários que resulta no aumento da tarifa de ônibus. A ATP já falou, esse ano, em passagem a R$ 4,20. O senhor pensa que a população tem condições de arcar com esse valor ou vai buscar alternativas para que não seja necessário um aumento tão elevado?
Marchezan: Nós temos que buscar outras alternativas para que a Carris se viabilize e para que os empresários tratem com mais transparência isso. A gestão do transporte público municipal será pela Prefeitura e não pela associação das empresas que fazem esse transporte.
Fonte: SUL21
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